Pensamentos e experiências dos professores sobre a aprendizagem remota

24 de maio de 2020

Postado por Vineet Sharan em Conteúdos Educacionais, Ferramentas Tecnológicas

uma professora olhando para um celular

Conversamos com alguns professores, de diferentes cidades, sobre suas percepções do dia a dia com o ensino a distância

Em tempos de quarentena e com a maioria das pessoas trabalhando ou estudando em casa, professores estão na linha de frente como agentes principais dessa mudança repentina. Em questão de dias, educadores tiveram que adaptar rapidamente suas aulas e atividades para o aprendizado on-line e adaptar sua rotina para essa nova realidade.

Muitos enxergam esse momento positivamente do ponto de vista do sistema tradicional de ensino, que não vê a tecnologia como uma aliada da educação. Segundo a professora Andrea Barreto, que faz parte da 2ª coordenadoria regional de educação da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e também é responsável pela formação de professores, este é um momento para as instituições de ensino aplicarem a pedagogia do século XXI: “Nenhum de nós estáva preparados, mas percebo o quanto falta para alguns educadores perceberem que não dá mais para preparar a mesma aula ou olhar para algum recurso tecnológico e achar que ele, só ele, dará conta de tudo. Teremos que nos reinventar cada vez mais”.

Uma das questões que podem ser impactadas com o ensino a distância é o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a criatividade e o trabalho em equipe. Porém, mesmo estudando em um ambiente diferente e sem os colegas de classe, a tecnologia ajuda e aproxima neste momento. A professora Simone Borba, do Senac Rio Grande do Norte (clique e conheça o site da instituição), aponta que as aulas dinâmicas e interativas se tornaram estratégicas: “A interação e a colaboração têm sido os principais recursos para manter o aprendizado regular e formal necessário ao desenvolvimento do aluno. Neste momento de transição e inclusão digital, conciliamos tecnologias educacionais para preservar os vínculos necessários ao desenvolvimento humano”.

E a rotina dos alunos? É possível manter o mesmo nível de ensino das aulas presenciais? A professora do Colégio Santo Anjo (clique e conheça o site da instituição), em Curitiba, Larissa Walter, acredita que sim. Ela nos conta como está acontecendo o aprendizado remoto na instituição: “A pandemia pela qual estamos passando obrigou a reinvenção do sistema educacional. As aulas e atividades acadêmicas não presenciais passaram a se tornar nossa realidade, e o processo de ensino-aprendizagem nunca esteve tão atrelado à tecnologia. Aqui, no Colégio Santo Anjo, utilizamos o Microsoft Teams (clique no link para obter um guia de início rápido) para ministrar as aulas em tempo real, aproximando ao máximo a experiência de estudos remoto com a rotina que os alunos tinham com as aulas presenciais. Todos os dias, no mesmo horário que o estudante teria a aula com o professor, toda a sala se conecta e as aulas são ministradas ao vivo, como na sala de aula”. A coordenadora ainda afirma que os resultados são positivos: “Estamos contentes com o engajamento de alunos, familiares e colaboradores. A porcentagem de frequência e participação nas aulas é, em média, a mesma de quando as aulas ocorriam na escola, com turmas chegando aos 100% de frequência por vários dias seguidos”.

 

Como tornar o aprendizado remoto mais dinâmico?

Mesmo quem já estava acostumado com recursos digitais na sala de aula, como a professora Danielle Lima, da CAMB Escola Caminho Aberto (clique e conheça o site da instituição), em São Paulo, foi pego de surpresa com esse novo momento. Ela deu algumas dicas para os professores que estão começando a realizar o ensino remoto:

“- Nas minhas aulas síncronas, garanto que meus alunos participem ativamente. Não apenas para esclarecer dúvidas sobre a disciplina, mas para que possam contar sobre sua rotina e como estão se sentindo.

– Também uso algumas estratégias de engajamento para que a aula não fique apenas na exposição de conteúdo. Nuvem de palavras, quiz e votações sobre a própria dinâmica das aulas são algumas possibilidades bem recebidas pelos alunos.

– Nas atividades que envio para eles, sempre busco variar o suporte: tópicos de discussão no Flipgrid, apresentações no Sway, documentos compartilhados e colaborativos do Word Online são alguns dos recursos que uso e recomendo”.

 

“Será que isso vai dar certo? Será que conseguiremos fazer a escola acontecer remotamente? Será que conseguiremos acompanhar a aprendizagem dos estudantes? Será que manteremos o vínculo com eles? Essas e muitas outras perguntas estiveram em nossa nova pauta de formação no início da quarentena. Sabemos que nada substitui a relação afetuosa que a convivência na escola proporciona, mas o uso da tecnologia tem nos ajudado a ultrapassar, juntos, esse período e nos ensinado que, mesmo na adversidade, podemos melhorar a nossa prática profissional”, finaliza a coordenadora pedagógica da CAMB Escola Caminho Aberto, Claudia Duran.

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